Possível relação do zika vírus com síndrome Guillain-Barré preocupa autoridades da saúde - David Gouveia Notícias

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12/02/2016

Possível relação do zika vírus com síndrome Guillain-Barré preocupa autoridades da saúde

A Síndrome de Guillain-Barré afeta o sistema nervoso e tem como principal sintoma a fraqueza muscular. Casos mais graves podem levar à morte.


A possível relação do vírus da zika com uma doença neurológica muito rara - a Síndrome de Guillain-Barré - está preocupando as autoridades de saúde do Rio de Janeiro.

O marido de Camila está com a Síndrome de Guillain-Barré. Ele está em estado grave, internado na UTI de um hospital universitário, em Niterói sem nenhum movimento no corpo.
“Ele começou a ficar com fraqueza nas pernas e já não conseguia mais ficar em pé sozinho“, conta Camila Veríssimo.

O professor de Neurologia Oswaldo Nascimento, que supervisa os atendimentos no hospital, diz que o hospital registrou só em janeiro seis casos de pacientes com sintomas da Guillain-Barré.
Outros dez pacientes com sintomas leves foram liberados ainda no ambulatório. O normal são no hospital são quatro casos por ano. Segundo o médico, todos os pacientes tiveram sintomas da zika, como revelou a reportagem do Jornal O Globo desta sexta-feira (5).

“Esses casos estão associados a infecção prévia clinicamente caracterizada como um quadro típico da infecção pela zika”, diz Oswaldo Nascimento.

A Síndrome de Guillain-Barré afeta o sistema nervoso e tem como principal sintoma a fraqueza muscular. O paciente pode ter paralisia, que começa pelos pés e sobe pelo corpo até chegar ao rosto. Nos casos mais graves o paciente só consegue respirar com a ajuda de aparelhos. E pode levar à morte.

A doença pode aparecer depois de uma infecção, como em uma gripe ou pneumonia. O nosso organismo reage e produz anticorpos pra se proteger. Só que na síndrome, os anticorpos atacam por engano a mielina, uma membrana que reveste nossas fibras nervosas.

E dependendo da intensidade, a transmissão dos sinais do cérebro para o resto do corpo fica comprometida, por isso a paralisação dos movimentos.

“A diferença, no entanto, do Guillain-Barré clássico é o fato de que temos observado mais alterações do sistema nervoso central é mais agressiva. Essa é a impressão que nós temos”, comenta Oswaldo Nascimento.

O neurologista explica que a relação entre as doenças deve ser investigada. E não é porque alguém teve zika que vai ter a Síndrome de Guillain-Barré.

“Se eu tive a infecção pelo vírus, é claro que vai depender muito do meu sistema imunológico. Cada pessoa responde da sua maneira”, diz Oswaldo Nascimento.

Nesta sexta (5), o Hospital Universitário Antônio Pedro disse em nota que registou apenas cinco casos de pessoas com suspeita de Guillain-Barré. E que apenas um dos dois pacientes internados teve a doença confirmada.  A direção do hospital disse que não foi comunicada dos casos suspeitos que passaram apenas pelo ambulatório.

O hospital disse que não há comprovação cientifica até o presente momento da relação causa e efeito entre zika vírus e Síndrome de Guillain-Barré. Isso está sendo estudado por especialistas no Brasil e Estados Unidos.

O subsecretario de vigilância em saúde do estado do Rio disse que ainda cedo pra falar em aumento de casos, mas que a rede de saúde não está preparada se isso acontecer.
“Obviamente a rede de saúde vai ter que se organizar e começar a definir protocolos clínicos adequado para o tratamento destas pessoas. Preocupa muito se a gente tiver um aumento do número de casos e é necessário e urgente que a gente organize esta rede para atender as pessoas”, diz Alexandre Chieppe.

(G1)

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